Difícil não se importar com coisas que não são realmente importantes. Pouca coisa mudou no exterior e a cada dia o tempo passa e tudo igual... Eu sinto como se qualquer esforço interno não valesse de nada, que fosse frágil e pronto a ruir com um assopro. A troco de que foi toda a mudança se ela não é palpável? A necessidade do concreto novamente é um beco sem saída.
A troco de que venho modificando cada molécula? Se nada disso me dará o que preciso? Eu nunca questionei a necessidade de mudar até agora. Apenas tive isso por meta. Mas e se não for? Há coisas que nascem agarradas em nós que nunca se desprenderão. E todas elas podem ter razões para serem como são, mesmo que não compreendamos bem tudo isso. Colocar uma venda e seguir em frente não parece o mais adequado a fazer e eu estou quase me encerrando novamente sem nem ao menos ter completado o processo. O que falta? Ainda?
E é errado sentir o ódio vazando a cada palavra, cada gesto injusto e o mundo se vira contra mim num jogo de sempre me lembrar onde estou e o porquê de nada ter sido acertado. Esse ódio motiva o lado oposto e em todos eu vejo o erro, por todos os cantos eu vejo o quão ínfimos e patéticos são esses seres medíocres que rastejam por suas existências rasas e mergulhadas em futilidade e alienação. Todos me provocam o mais repugnante nojo por estarem tão abaixo e ao mesmo tempo se colocarem tão acima. Que empáfia! De tanto que essa massa putrefata empurra vidas insignificantes através dos tempos, se multiplicando em mais e mais abortos incontidos vejo-me hoje no extremo de minhas forças, impossível conter esse infinito de erros.
Um fiapo translúcido em meio a toda essa sujeira, próximo a ela, mas, de certa forma, nunca mesclado. Ele flutua, tenho-o em minhas mãos às vezes, mas nunca definitivamente. Essa sensação tão certa...
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