Debalde rechacei meus constituintes primários, em obséquio de metamorfosear-me, como passara decênios desejando. A imagem esculpida mentalmente, perfilada à frente das qualidades idealizadas traduzidas por minha naturalidade milimetricamente intencionada...
Uma mudança.
A fantasia me alimenta e nela eu vivo a realidade imaculada. A real realidade. Eu sou o alimento do qual provo para me sustentar em vivacidade. Estou feliz por amar a mim mais agora que entendo ser o que eu queria sempre ter sido, o que sempre fui. Provando desta fração do passado, que me fiz perder, corroboro toda a minha opinião sobre o universo que estava sendo posto em questão. Eu estava certo sobre mim mesmo e assim os dilemas se dissipam. Não houve perda naqueles tempos longínquos. Houve apenas o que há ainda hoje. E eu amo que seja assim. Que eu seja assim.
Arrancar espinhos da pele recém-curada, as manchas inevitáveis de sangue sofrido não mais me fazem pesar. Eu abracei a dúvida, meus questionamentos surtiram em resposta, a observação e o silêncio me guiando e eu estou pronto. Pronto para meditar por séculos a fio até que chegue à presença do que sempre acho haver já encontrado. A sensação indescritível ainda não me motivou a me regozijar com a ausência de palavras para descrevê-la.
Então, é desconhecida.
O que eu sempre quis foi a ausência do nome. Foi o irrespaldável, o etéreo, místico, poeira sobrenatural de sentimentos. Resgatando-me de minha própria invalidez, eu me concentro prazerosamente em analisar minhas ações, meu ser guiado pela sinceridade do que sinto e na certeza de como eu sinto. O mais importante para mim, e todos me ajudaram, todos me ajudaram. Pisar na ferida aberta fez com que eu chegasse ao abismo de mim mesmo.
E de lá escalar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário