sábado, 1 de outubro de 2011

Efêmero

É exterior a minha vontade.
A eletricidade aproxima-se por qualquer brecha
e torna-se o fio condutor
de impulsos e

redireciona olhares,
guia gestos,
comanda movimentos,
cerceia exposições violentas.

Toda a pasta que cobre essa coisa que nos move
vagarosa, arrastada, oblíqua,
toda ela se desfaz, a mente por si só.
Apenas poucos sons,
apenas um milésimo,
um som,
um erguer,
um...

total se formando a partir de milhões de células adormecidas há milênios
debaixo de todos os continentes dentro de mim
irrompe e espreita na velocidade da luz, se firma
e se cala,
adormece,
reclina,
relaxa,
des-existe.

Passo ao que era antes, uma fórmula química ambulante,
refinando cada atitude na mais pura virtude,
esperando, tanto quanto for, portanto,
esse foi apenas uma faísca percebida como raio elétrico.
Ele simplesmente, aleatoriamente, despreocupadamente

aconteceu por aqui.

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E faz o que? Anos que eu não escrevo um poema? É, uns 10 anos. às vezes eu queria ter tudo o que eu não tenho mais, todos os que eu joguei fora, que eu destruí em momentos meus, meus "emotional stunts". Eles eram péssimos e infantis, eram. Mas eles eram o que eu era, eu era aquele sentimento e agora? Foi ótimo ainda conseguir fazer um poema, mas tão diferente... Tão, mas tão. Ainda não me precisei.

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