Quando meu tato falha, geralmente sou levado a deixar-me levar e levo o tempo que se alastra ao redor de mim para novamente voltar a perceber. Um minuto se perpassa infinitas vezes dentro de si mesmo e são horas, horas, meses, meses, o infinito. Um infinito circunscrito de onde lanço meu próprio braço para erguer-me das garras de madeira, seus dedos ossudos, pontudos e afiados, perfurando minhas roupas, mantendo-me preso ao chão. Ao recusar-me, eu estava pondo a prova o meu mais inabalável sentimento, ou a forçação dele. Ainda assim o havia tornado de certa forma palpável antes de anulá-lo.
De repente o mal eclode em inominável. Perdi toda a vontade, tudo, de uma vez. Não sei o que sinto, nem se é bom, nem se já senti. Estou uma lâmpada queimada num quarto de noite, as janelas e portas fechadas. Apenas o que não se move está aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário