domingo, 23 de dezembro de 2012

Mais Uma Vez


A consciência invisível de um vácuo interior,
confundida com instinto, justifica o transfigurar-se
cada vez que se está em busca de um torpor
para os sentidos, como um bálsamo que lhe acalmasse

Se não fosse pela efemeridade,
poderia essa ser a chave da felicidade
contudo parecem desconhecer a fugacidade
inerente a relações de não alicerçada intimidade

Copiosamente perscrutei mentes e comportamentos
debalde almejando equacionar a raiz dos tormentos
que vêm paralisando o encaixar-me, reduto pacífico,
nada que meramente uma projeção do inefável idílico

Ante a constatação de ser um organismo,
pertencente a meus próprios organizadores,
a dissipar-me o pessimismo, o materialismo...
sobrava em mim a necessidade de mediadores.

O esforço agora faz-se na direção
de remodular as mais íntimas convicções
e descobrir impensáveis dilacerações,
saciar minha ânsia cromossomática de união.

Pelo frio, ao meu redor, gerado por você
minha busca é alimentada e impulsionada,
um elemento crucial para eu não me perder...
Pois fosse a mim dada uma felicidade beatificada,
perder-me-ia, inebriado em ilusão,
a sua imagem, ainda cultivada, da perfeição.

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Talvez eu deva esperar fisicamente o recomeço, marcado, assim, pelo tempo cronológico. É que me sinto mais confortável no final do que no início, portanto, às vezes, desejo que não passe. Mas estou confiante. Não naquilo a que o poema se refere, mas em algo novo. Eu tentei, na última fração deste ano, uma coisa boa, que eu consegui cavar e achar. Mas, ao virar o dia 31, eu não mais olharei para trás. Demarcações feitas em última hora... Eu estou entendendo, então, sobre o que se trata. Trata-se de animar-se com o totalmente novo. E eu estou totalmente empolgado. Pois pode ser que seja isso: algo infinitamente novo. 

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