à mente me vem durante a solidão
o que obtenho apenas do silêncio:
o profundo esboço do que não vem à
tona
quando me transvisto do que me conhecem
por ser
E tendo decifrado desde os primórdios
o enigma,
os acessos de ociosidade ejetam-me
do estigma da mediocridade de ser
obrigado a permanecer sendo corroendo um hediondo emendo
da multiplicidade de seres que cabem
na vontade, na ânsia, no desespero, na
lacuna, na falta, na saudade, na ausência...
das bordas dos meus dedos limpo o
último resto de memória que deixaram-me
E partem
E esfriam
E desaparecem
E emudecem
E perde-se nos segundos um instante
que é impossível reproduzir uma vez que houve morte e
[ressurreição,
o corpo que deixou-se cadavérico
sucumbir a um momento de loucura,
outrora o vissem, não lhe duvidariam a
cordura
jazia, agora, a boca aberta, os olhos
empapados, as mãos trêmulas, saliva escorrendo, o sangue
[brotando
e os pontos minúsculos de onde
escapava sua pena de si próprio
eram chagas que não doíam, porquanto
embebedava-se do motriz de sua
sobrevivência: um auto-infligido e por suas mãos elaborado ópio.
Ao tomar para si o outro
em verdade tomava-se a si próprio,
refestelando-se por ser quem era e comprazendo-se em existir
[milimetricamente em cada fibra de seu corpo pulsante de vida e
desejo de [que o mundo o coagisse a cada vez mais e intensamente
fulgurar como o
[primor da criação.
Em verdade, doía-lhe que não fosse
talvez
o que tinha a certeza que era.
Mas era
e é
e todos disso não tinham dúvida
apenas ele:
o maior cético do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário