sábado, 15 de outubro de 2011

Interrompido

Quando meu tato falha, geralmente sou levado a deixar-me levar e levo o tempo que se alastra ao redor de mim para novamente voltar a perceber. Um minuto se perpassa infinitas vezes dentro de si mesmo e são horas, horas, meses, meses, o infinito. Um infinito circunscrito de onde lanço meu próprio braço para erguer-me das garras de madeira, seus dedos ossudos, pontudos e afiados, perfurando minhas roupas, mantendo-me preso ao chão. Ao recusar-me, eu estava pondo a prova o meu mais inabalável sentimento, ou a forçação dele. Ainda assim o havia tornado de certa forma palpável antes de anulá-lo.

De repente o mal eclode em inominável. Perdi toda a vontade, tudo, de uma vez. Não sei o que sinto, nem se é bom, nem se já senti. Estou uma lâmpada queimada num quarto de noite, as janelas e portas fechadas. Apenas o que não se move está aqui.

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